Assinala-se hoje o Dia Nacional do Doente com Acidente Vascular Cerebral (AVC). Pretende-se com a comemoração desta data (instituída no ano de 2003) sensibilizar a população para a realidade da doença em Portugal e promover a melhoria das práticas profissionais de saúde, incentivando uma dinâmica que conduza a novas atitudes.
Assim, nunca é demais recordar que o AVC é um défice neurológico súbito, motivado por isquemia (que significa uma deficiência de irrigação sanguínea) ou hemorragia no cérebro. Os principais sinais de alarme do AVC, que exigem uma chamada imediata para o número de emergência 112, são:
As primeiras horas após o início dos sintomas de AVC são essenciais para o socorro da vítima, pois é esta a janela temporal que garante a eficácia dos principais tratamentos. Considerando o contexto atual de pandemia pelo novo coronavírus, importa reforçar a necessidade de os cidadãos continuarem a ligar 112 sempre que se verifique uma situação de doença súbita ou acidente.
Para prevenir a doença devem ser adotados hábitos de vida saudáveis, evitar o tabaco e a vida sedentária. É também importante ter atenção a doenças como a hipertensão, diabetes ou arritmias cardíacas.
HFF integra o projeto Angels
O Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (HFF) integra a iniciativa Angels desde 2018. Trata-se de um projeto à escala global que visa aumentar o número de doentes tratados em hospitais preparados para o AVC e otimizar a qualidade de tratamento em todos os centros de AVC existentes.
Amélia Pinto, médica e diretora do Serviço de Neurologia do HFF, destaca a importância da participação no Angels, já que “tem uma importante componente de suporte e partilha de informação científica e de modelos organizacionais para a melhoria dos cuidados prestados aos doentes de AVC”. Presente em 105 países e em 4.000 hospitais, este funcionamento em rede “é uma oportunidade de fazer parte da comunidade de hospitais especializados no AVC, com monitorização permanente dos resultados, o que permite às unidades hospitalares uma melhoria contínua dos seus indicadores do tratamento desta doença”.
Em 2020 a designada Via Verde AVC foi ativada 350 vezes no HFF. Esta Via Verde é uma forma de organização entre a emergência médica pré-hospitalar (através do Instituto Nacional de Emergência Médica) e os Hospitais com capacidade para o tratamento deste tipo de doentes, o que pressupõe que quando o doente chega à unidade de saúde as equipas estão já preparadas para intervir de forma rápida, para evitar sequelas graves.
Das 350 ativações referidas, destacam-se os seguintes indicadores:
Dos restantes 275 casos:
Dos 233 doentes (84.7%) com AVC Agudo
Estes indicadores demonstram, assim, a capacidade existente no HFF para o tratamento do AVC na fase aguda, “dado que o serviço de Neurologia dispõe de um corpo clínico com elevada competência para o tratamento da doença”, refere Amélia Pinto. De igual modo, “o trabalho específico que tem sido feito junto dos profissionais de outros serviços, designadamente na Urgência, tem permitido uma cada vez melhor resposta interna do HFF no tratamento célere desta verdadeira emergência médica”, conclui.
Fundamental continua a ser igualmente, todos os indicadores o demonstram, a rápida identificação dos sinais e sintomas do AVC e o acionamento de ajuda especializada. Assim, já sabe: em caso de suspeita da doença, não fique à espera que os sintomas passem e ligue imediatamente 112, pois esse gesto pode salvar uma vida.