A Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção (PHDA) é um distúrbio no neurodesenvolvimento da criança que se manifesta entre os 6 e os 12 anos e pode prolongar-se até à idade adulta. Este transtorno afeta o seu desenvolvimento e função cerebral, nomeadamente do sistema nervoso.
Como o nome indica, a PHDA caracteriza-se pela falta de atenção, agitação constante e impulsividade que não são justificáveis tendo em conta a idade da pessoa, podendo criar problemas em casa e na escola. Embora esta doença melhore com a idade, senão for tratada devidamente, pode continuar a ter repercussões futuras.
Os sintomas variam de rapazes para raparigas, sendo que os rapazes têm uma maior probabilidade de adquirir este distúrbio. Uma das principais consequências da PHDA é uma enorme desatenção que acaba por desencadear maus resultados escolares e isolamento.
Embora as verdadeiras causas sejam desconhecidas, há vários fatores que influenciam a PHDA:
Os sintomas manifestam-se antes dos doze anos de idade e prologam-se, pelo menos, durante mais de seis meses.
É imprescindível que o diagnóstico seja feito por profissionais para que os sintomas possam ser analisados corretamente.
Este processo é bastante complexo envolvendo questionários, observação direta do comportamento, análise da ficha médica do paciente e do seu ambiente familiar, avaliação neuropsicológica e outras avaliações complementares que poderão ser necessárias.
Os sintomas diferem de acordo com a idade.
*Atenção: pode haver défice de atenção sem hiperatividade.
Estes sintomas devem surgir em, pelo menos, dois ambientes díspares, como em casa e na escola, tendo consequências a nível social e académico. Frequentemente são associados, erradamente, à preguiça, falta de empenho ou imaturidade.
As crianças que apresentam a PHDA embora apresentem dificuldades a nível comportamental e de aprendizagem, têm, contudo, capacidade de assimilar informações e conseguem, caso pretendam, focar-se em algumas coisas. Estas crianças simplesmente têm mais tendência a sentirem-se entediadas e a perder o seu interesse nos trabalhos que desempenham. Estão sempre mais focadas em atividades que sejam divertidas e recompensadoras.
Ao invés de trabalhos mais longos com recompensas que demoram algum tempo a ser alcançadas, têm preferência por trabalhos rápidos e mais pequenos com uma recompensa imediata, por muito que esta não seja de muita importância.
Estas crianças são também bastante impulsivas e dificilmente conseguem controlar esses impulsos. Esse problema conjugado com a falta de atenção, faz com que prefiram sempre arranjar atalhos para concluir os seus trabalhos. Quanto mais entediante for a tarefa, menor é o esforço que aplicam e menor é o tempo que despendem nisso.
Estas crianças são muito imaturas para a sua idade e têm imensa dificuldade em manter os objetivos a que se propõe, estando constantemente a alterar as suas metas para aquilo que seja mais conveniente e menos trabalhoso.
Em ambos os sítios deve existir estratégias de planeamento, organização e comunicação adequadas às crianças.
Três intervenções terão de ser realizadas: intervenção farmacológica, em que o paciente será medicado; intervenção psicoterapêutica, em que haverá um acompanhamento direto de um psicólogo; e intervenção psicossocial, que procura fazer programas para os familiares e para a escola da criança.
Uma vez que os tratamentos são sobretudo farmacológicos e comportamentais, será necessário um aconselhamento psiquiátrico e, caso o seu médico o recomende, começar a tomar a medicação indicada e alterar o seu estilo de vida. Será ainda necessário o apoio psicológico educacional e/ou comportamental e terapia ocupacional ou psicopedagógica, pois só os medicamentos são insuficientes. A criança terá um longo percurso de esforço e aprendizagem para controlar a sua impulsividade, melhorar a sua atenção e encontrar estratégias de organização e de estudo.
Não se esqueça que é muito importante ajudar as pessoas que sofrem de PHDA, sobretudo enquanto são crianças. Pois, muitas vezes, no caso das crianças, estas sentem-se diferentes das outras e acabam por se isolar. Para além disso, o facto de não conseguirem concluir as suas tarefas normalmente faz com que fiquem frustradas com as suas incapacidades, o que acaba por lhes gerar tristeza, baixa auto-estima e problemas de stress.
O ambiente familiar em que o indivíduo se encontra também é fundamental na amenização desta perturbação. Convém que haja um ambiente estável e silencioso, principalmente quando o indivíduo precisar de estudar ou trabalhar.
A ajuda dos professores na escola é crucial e convém que a criança se sente na primeira fila, afastada da janela, para que não haja distrações. Aulas de tutoria ou de apoio também podem ser úteis.
O foco dos pais e dos professores deve ser procurar recompensar a criança pelo seu bom desempenho e valorizar as suas qualidades, e não tanto a punição de erros e falhas cometidas.
A punição, quando feita, deve ser desprovida de agressividade.
Não se esqueça que a família é fundamental quando existem problemas infantis. Para que a medicação surta efeito, é necessário que haja um acompanhamento por parte dos pais com os seus filhos.
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