“Lugares escondidos da mente – do mais sombrio ao mais luminoso da natureza humana” é o mais recente livro do médico psiquiatra João Carlos Melo, da ULS Amadora/Sintra.
Este livro, publicado em junho de 2024, surge depois da edição de outras obras. Dois deles, mais técnicos, mas com linguagem acessível ao grande público, foram “As faces do Inconsciente – perspectivas da Psicanálise e da Grupanálise”, em 2005, e “O Inconsciente estão no cérebro”, em 2017, ambos sob a chancela da na Climepsi Editores. Depois, já na Bertrand Editora, o nosso médico publicou “Nascemos frágeis e recebemos ordens para sermos fortes – um olhar sobre o narcisismo e a autoestima”, obra que viu a luz do dia em 2019 e “Reféns das próprias emoções – um retrato íntimo das pessoas com Personalidade Borderline”, publicado em 2021;
2022 foi a altura própria para publicar “uma luz na noite escura – a solidão e a capacidade de estar só, (em)” .
De acordo com João Carlos Melo “ao longo destes anos tenho procurado escrever sobre temas que, embora estejam relacionados com a saúde mental, dizem respeito a todos e cada um de nós: a autoestima, o funcionamento narcísico (presente em todos nós, nuns de uma forma saudável, noutros com carácter patológico), a humildade, o reconhecimento, as emoções, a impulsividade, as relações interpessoais, a empatia, a solidão, a introversão e a extroversão, o trabalho, a criatividade, o Consciente e o Inconsciente, o corpo e a mente, a bondade e a maldade, o amor e a natureza humana”.
João Carlos Melo nasceu nos Açores e aí passou a infância e a adolescência. Depois foi para Lisboa, onde concretizou o sonho de ser médico.
Os passos seguintes são contados pelo próprio: “A seguir especializei-me em Psiquiatria. Entretanto, no sentido de me aperfeiçoar mais e ficar mais preparado para ajudar quem a mim recorre, fiz formações adicionais e tornei-me Psicoterapeuta e Grupanalista. Sou Membro Titular Didata da Sociedade Portuguesa de Grupanálise e Psicoterapia Analítica de Grupo e Full Member da Group-Analytic Society International desde 2005”.
Atualmente João Carlos Melo é Assistente Graduado do Hospital Fernando Fonseca, onde exerce as funções de coordenador do Hospital de Dia do Serviço de Psiquiatria.
Exerce, também, clínica privada em consultório.
Na Psiquiatria, encontrou “um reflexo direto e coerente daquilo que sou como pessoa. A curiosidade e o fascínio para compreender o nosso funcionamento mental, bem como os meandros da natureza humana remontam a um tempo em que ainda nem médico era, mas ainda hoje mantêm o fulgor e o entusiasmo de então”.
Como pessoa, sente que a “outra fonte que alimenta aquela necessidade de compreensão é a profunda compaixão que nutro pelo sofrimento humano. Durante muitos anos não encontrei as palavras certas para o exprimir, mas há pouco tempo tive a fortuna de as encontrar. Essas palavras foram proferidas por Albert Solnit, da Sociedade Psicanalítica de Los Angeles, quando se referiu ao psicanalista Ralph Greenson.
Nesse sentido, e indo ao encontro da forma humilde e realista como me vejo, permito-me aplicá-las a mim. Demonstro uma preocupação constante por todos os que têm dificuldade em realizar-se, os que fracassam, os que a vida maltrata, os que sofrem e os que se perdem.”
Pessoa de “gostos simples”: aprender, viajar, ler, ver futebol e tantas outras coisas gosta de preservar e valorizar a sua vida privada e a escrita.
Além de numerosos artigos científicos, prefácios e capítulos para livros, tem escrito enumeras obras.
João Carlos Melo, vê-se como cidadão do mundo, sendo que nada mais pode querer do que corresponder àquilo que alguém um dia lhe ofereceu, num “assomo de gratidão e generosidade” acreditando que “vai deixar o mundo melhor. Que mais posso querer?” – é a pergunta que deixa ao rematar esta pequena conversa sobre a mais recente obra.
Mais sobre João Carlos Melo pode ser encontrado em joaocarlosmelo.pt