Vitiligo: entenda a doença das manchas na pele

O Vitiligo é uma doença crónica que se caracteriza pelo aparecimento de áreas de despigmentação em várias partes do corpo, de forma localizada ou difusa. As manchas de pele branca são bem delimitadas e com tendência para a simetria.

O Vitiligo resulta da ausência parcial ou total dos melanócitos, células responsáveis pela produção do pigmento natural da pele (melanina). A alteração funcional destas células faz com que haja uma perda progressiva da capacidade de síntese da melanina.

O único sintoma do Vitiligo é o aparecimento de manchas brancas na pele. A primeira mancha que se torna visível é muitas vezes numa área que tende a ser exposta ao sol.

Começa como um ponto mais claro do que o resto da pele, que vai ficando mais pálido até se tornar branco.

Causas

Não há ainda uma causa conhecida do Vitiligo, no entanto, associa-se regularmente a doenças autoimunes, nomeadamente, da tiroide, artrite reumatoide ou diabetes.

Em cerca de um terço dos casos observa-se uma incidência familiar, ou seja, existe uma predisposição genética para desenvolver a doença. É também entendido que o Vitiligo pode ser desencadeado por vários fatores internos e externos como o stress emocional.

Quem afeta

As chamadas “lesões” de Vitiligo podem surgir em qualquer idade, embora haja uma maior frequência no adulto jovem, por volta dos 20 anos. Afetam igualmente os dois géneros e qualquer grupo étnico.

Evolução

A evolução da doença é muito variável quanto à idade, número de lesões e progressão. Por isso, estas lesões podem manter-se estáveis, regredir parcialmente ou alastrar progressivamente. A propagação pode levar semanas ou podem permanecer estáveis por meses ou anos.

Os efeitos do vitiligo variam entre as pessoas. Algumas podem ter apenas pontos brancos que não se desenvolvem mais, enquanto outras desenvolvem manchas brancas maiores que se juntam e afetam áreas maiores da pele. A doença tende a ser mais visível em pessoas com pele escura ou bronzeada e raramente a pele volta a usufruir da pigmentação original.

Áreas do corpo afetadas

O Vitiligo situa-se geralmente nas pálpebras, nos cantos da boca, nos mamilos, nas mãos e pés e, muitas vezes, também na área da barba, na linha média do abdómen, no umbigo e zonas genitais.

Cuidados a ter

A fotoprotecção das áreas despigmentadas é recomendada durante todo o ano, de modo a evitar a curto prazo, o risco de queimadura solar e, a longo prazo, o aparecimento de várias formas de cancro da pele.

As pessoas com Vitiligo correm, por isso, um risco acrescido de sofrer de certas problemas como o stress social e psicológico, queimaduras solares e cancro da pele, problemas de visão, como inflamação da íris, perda de audição e efeitos secundários do tratamento, como pele seca e comichão.

Uma vez que não se conhece a causa exata do vitiligo não é possível implementar medidas de prevenção primária.

Tratamentos

Nos últimos anos têm surgido métodos terapêuticos com os quais se consegue uma repigmentação parcial das lesões mas, até ao momento, não existe cura para a doença.

Algumas das terapêuticas existentes:

Corticosteroides tópicos (hidrocortisona, betametasona, clobetasol): tratamento de linha quando há despigmentação da maioria da superfície corporal. Os corticoides tópicos causam hipopigmentação e atrofia da pele normal e são apenas indicados nos casos em que o paciente se encontra emocionalmente preparado para perder definitivamente a cor original da sua pele.

Inibidores da calcineurina (tacrolimus e pimecrolimus): são utilizados quando a face ou virilha são afetadas, locais onde os efeitos adversos dos corticoides ocorrem com mais frequência.

Fotoquimioterapia com UVA e psoralenos (PUVA): a terapia PUVA consiste na administração oral ou tópica de psoralenos, seguida da exposição a raios UVA. Os psoralenos tornam os melanócitos mais sensíveis aos raios UVA. De seguida, a exposição a pequenas quantidades desta radiação estimula a produção de melanina por parte dos melanócitos.

Tratamentos cirúrgicos com micro-enxertos: pode ser indicada em pacientes com doença estável e limitada, nos quais o tratamento não produziu resultados. As terapias cirúrgicas incluem a realização de microenxertos, bem como a tatuagem de pequenas áreas despigmentadas. É especialmente útil em regiões de difícil repigmentação, como mamilos, lábios e ponta dos dedos.

Recentemente, o tacrolimus e os derivados da vitamina D têm evidenciado eficácia no tratamento do vitiligo tornando-se opções terapêuticas.

*Os conteúdos são informativos e não pretendem substituir pareceres de cariz profissional e científico.

Amamentação para mães de primeira viagem

O aleitamento materno é considerado a alimentação ideal para os recém-nascidos, com a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a UNICEF a defenderem uma amamentação exclusiva até aos seis meses de vida do bebé e já complementada com outros alimentos até, pelo menos, aos dois anos.

Em Portugal, nas últimas duas décadas, praticamente duplicou a percentagem de mulheres que amamentam em exclusivo até aos três e quatro meses de vida dos filhos.

Benefícios para o bebé

Maior imunidade do bebé

As imunoglobulinas (IgA e IgG) promovem uma transmissão da imunidade da mãe para o bebé, melhorando a sua capacidade de combater os agentes patogénicos causadores das doenças. As enzimas salivares lactoferrina e a lisozima atuam diretamente contra as bactérias, eliminando-as e alguns lípidos atuam como «detergentes» matando vírus, bactérias e alguns parasitas.

Maior proteção contra doenças agudas e crónicas

Os bebés alimentados com leite materno desenvolvem menos doenças agudas, como a gastroenterite, constipações, pneumonias, otites, alergias, bronquiolites, meningites e infeções urinárias, de acordo com estudos científicos desenvolvidos tanto em países desenvolvidos como não desenvolvidos.

Estudos comparativos entre crianças amamentadas e não amamentadas mostram que as primeiras têm menos doenças agudas de repetição e menos doenças crónicas, como obesidade, diabetes mellitus, doenças cardiovasculares, doenças imunoalérgicas e cancro.

Maior vínculo afetivo

Amamentar promove uma ligação emocional muito forte e precoce entre a mãe e o bebé, facilitando o seu desenvolvimento e relacionamento com outras pessoas.

Melhor funcionamento do tubo digestivo

Os macronutrientes presentes no leite materno, como o cortisol, a insulina, as hormonas tiroideias promovem o desenvolvimento do tubo digestivo do recém-nascido.

Benefícios para as mães

Recuperação pós-parto

A amamentação permite que o útero regresse mais depressa ao estado anterior ao da gravidez. A cada mamada há uma libertação da hormona oxitocina, que é a responsável por este processo.

Perda de peso

A energia gasta na produção de leite ajuda a mãe a perder peso mais rapidamente, sobretudo, se a amamentação se estender além dos três meses.

Melhor resposta ao stress

As hormonas oxitocina e prolactina, produzidas durante a amamentação, atuam no sistema nervoso central ajudando a mãe a lidar melhor com o stress.

Menor risco de cancro da mama e do ovário

A longo prazo, as mulheres que amamentam têm menor risco de desenvolver cancro da mama e do ovário.

Menor risco de doença cardiovascular e metabólica

Estudos comparativos sobre o risco de doença cardiovascular em mulheres que amamentaram e que não amamentaram mostram que quanto mais vezes a mulher tiver amamentado no passado menor o risco de vir a sofrer de doença cardiovascular. Também o risco de vir a ter diabetes mellitus tipo 2 diminui com a amamentação.

Efeito inibidor da fertilidade

Funciona como contraceção natural porque é prolongada a inibição da ovulação, existindo um índice de falhas de uma a duas gravidezes por cada cem mulheres.

Boas práticas de amamentação

Principais dúvidas sobre amamentação

Alimentação da mãe

A alimentação da mãe tem que ser saudável, dando especial atenção aos líquidos. Faça pelo menos seis refeições ao longo do dia, beba leite, água, coma frutas e fibras e não abuse dos doces. Tome, no máximo, 2 cafés por dia e evite as bebidas alcoólicas.
Na fase de amamentação as mulheres precisam de 20% a mais de calorias do que as necessárias em outra fase da vida, por isso as dietas rigorosas podem ser perigosas, porque implicam a perda de massa magra, ou seja, músculos e energia. Nesta fase, as mulheres devem consumir um total médio de 2400 calorias diárias

Como saber se o bebé está saciado?

Para saber se o bebé está a mamar o suficiente, tome atenção ao barulho que faz a engolir e se dorme bem após a mamada.
Um bebé bem alimentado produz cerca de seis fraldas molhadas todos os dias (a cor da urina deve ser amarela-alaranjada), e entre duas e cinco fezes amareladas por dia, até mais ou menos seis semanas de idade.

Amamentar, até quando?

Segundo a Organização Mundial de Saúde, a alimentação com leite materno deve ser feita até aos dois anos de idade, sendo um ano considerado como mínimo pela maioria dos especialistas.

Direito à amamentação em Portugal

O direito à amamentação após a licença de trabalho está previsto na legislação portuguesa. A mãe tem direito à dispensa diária em dois períodos diferentes, com a duração máxima de uma hora cada, em regime de trabalho a tempo inteiro.

Um direito que não tem uma duração definida mas, caso se prolongue além do primeiro ano de vida da criança, necessita de atestado médico para ser exercido. Este direito deve ser comunicado à entidade empregadora com uma antecedência de 10 dias.

*Os conteúdos são informativos e não pretendem substituir pareceres de cariz profissional e científico.

Colesterol alto? Saiba como identificar
Doente com Xantelasma

O colesterol é uma gordura essencial para o funcionamento do organismo, presente nas membranas das células, fígado, intestinos, coração, cérebro, nervos e músculos.
É também utilizado na produção de testosterona e estrogénio, assim como de vitamina D, cortisol e ácidos biliares, fundamentais na digestão das gorduras.

O colesterol alto não é só por si uma doença, mas pode ser a causa de vários problemas cardiovasculares. É diagnosticado quando uma pessoa tem níveis elevados de Lipoproteína de baixa densidade (LDL) e acontece mais nos homens do que nas mulheres.

É possível tratar e controlar o colesterol elevado através de uma dieta alimentar equilibrada, prática de exercício físico e toma de medicamentos específicos.

Tipos de colesterol

O «bom» colesterol refere-se às lipoproteínas de alta densidade (HDL) e o «mau» colesterol às
lipoproteínas de baixa densidade (LDL). Níveis elevados de LDL contribuem para doenças de coração e circulatórias.

Para que o colesterol não se torne um problema, a Sociedade Portuguesa de Aterosclerose considera como referência valores para o colesterol total menores de 180 mg/dl, Colesterol LDL menor de 100 mg/dl, Colesterol HDL maior de 45 mg/dl e Triglicéridos menor de 150 mg/dl.

Causas do colesterol alto

Alimentação rica em gorduras saturadas
Alimentação rica em gorduras saturadas, tais como carnes vermelhas, queijos, banha de porco, manteiga, bolos, biscoitos e natas. As pessoas obesas e com excesso de peso têm frequentemente níveis mais elevados de LDL do que as pessoas com um peso saudável.

Sedentarismo
Com a prática de exercício físico o corpo tende a produzir mais «colesterol bom», que é útil para remover o mau colesterol das artérias.

Consumo excessivo de bebidas alcoólicas
Tem sido demonstrado que o consumo excessivo de álcool regular tende a aumentar o colesterol para níveis pouco saudáveis.

Tabaco
Os químicos encontrados no tabaco são conhecidos por tornar mais difícil o transporte de lípidos para o fígado pelo colesterol bom, onde podem ser depositados naturalmente.

Principais sintomas de colesterol alto

O colesterol alto não costuma apresentar sintomas. A maioria das pessoas não sabe até que fazer análises ao sangue ou, nos casos mais graves, quando sofrem alguma complicação como consequência.

No entanto, o excesso de colesterol pode provocar um depósito de gordura no fígado, que apresenta alguns sinais:

Xantelasma
Lesão amarela nos cantos internos das pálpebras, formadas por colesterol que se acumula em forma de bolsas sob a pele. Apesar de não serem prejudiciais à saúde, interferem na estética corporal.

Arco juvenil
Arco juvenil é a presença de um anel em volta da córnea que pode ter a cor azul, branca ou cinza na íris. Pode ser considerada sinal de colesterol alto se ocorrer em indivíduos com menos de 45 anos.

Mau hálito, inflamação nas articulações, indigestão, obstipação ou enjoos podem ser são outros sinais de colesterol alto.

Perda de equilíbrio, dor no peito, visão embaçada, dor de cabeça, intolerância alimentar, urticária, fadiga ou fraqueza são também sintomas preocupantes.

Em caso de apresentar alguns destes sintomas deve procurar ajuda médica para investigar qual a causa.

Tratamento para colesterol alto

O tratamento do colesterol alto pode ser feito de forma natural, através de uma alimentação rica em frutas, verduras, legumes e carnes magras, como peixe e frango, por exemplo.

Estas frutas e os vegetais contêm substâncias que protegem os vasos sanguíneos e os tecidos do cérebro e coração, ajudando a prevenir enfartes e derrames.

Praticar atividade física três vezes por semana ajuda a emagrecer e a gastar esta gordura acumulada, diminuindo naturalmente o colesterol e o risco de doenças cardíacas.

A atividade fica à sua escolha. As opções são muitas, desde caminhar, nadar, fazer yoga ou jogar futebol com a família ou amigos. O importante é que a atividade seja feita, no mínimo, 40 minutos, 3 vezes por semana. Desportistas de fim de semana não contam.

Se estas mudanças não forem suficientes, o seu médico pode receitar medicamentos para controlar os níveis de colesterol no sangue.

*Os conteúdos são informativos e não pretendem substituir pareceres de cariz profissional e científico.

A polineuropatia amiloidótica familiar (PAF) ou paramiloidose é vulgarmente conhecida por doença dos pezinhos porque afeta, numa primeira fase, os membros inferiores. Os doentes começam a perder a sensibilidade, por exemplo, a estímulos térmicos e fica comprometida a sua capacidade motora.

Esta doença é causada pela alteração da estrutura de uma proteína produzida essencialmente pelo fígado, a transtirretina (TTR), que é depositada no sistema nervoso periférico, dando origem a uma polineuropatia sensitivo-motora progressiva.

A substituição de um único amino ácido, de valina por metionina, em posição 30 origina a mutação TTR Met 30, que é a principal forma mutada de TTR nos doentes PAF em Portugal.

A paramiloidose resulta assim de uma mutação que é transmitida de forma dominante. Ou seja, se o progenitor for portador, a probabilidade de um filho ser também portador da mutação é de 50%.

A doença desenvolve-se, geralmente, em doentes entre os 25 e os 35 anos. Pode, no entanto, só ser diagnosticada depois dos 50 anos.

Trata-se de uma doença hereditária, crónica, progressiva e fatal, com uma evolução, em média, de 10 anos.

 

SINTOMAS

De acordo com a Associação Portuguesa de Paramiloidose, a diminuição ou perda de sensibilidade à temperatura (frio ou quente), sensações como formigueiro ou dormência ou sensações de dor intensa (como queimadura) são os sintomas iniciais típicos da doença. Em geral, estes sintomas iniciam-se nos pés e pernas e vão subindo até às mãos gradualmente ao longo dos anos.

As pessoas podem ainda apresentar uma perda de peso involuntária, alterações do trânsito intestinal (obstipação ou diarreia), dificuldade em fazer as digestões ou disfunção sexual.

Progressivamente as alterações gastrointestinais tornam-se mais acentuadas com diarreias frequentes, náuseas e vómitos e alterações urinárias muitas vezes manifestando-se como infeções urinárias de repetição. Podem ocorrer tonturas ou mesmo desmaio com as mudanças de posição devido à diminuição da tensão arterial.

Com o passar do tempo, regista-se uma diminuição da força muscular que começa nos pés e pernas e progride para os membros superiores já numa fase mais avançada da doença.

Embora não seja comum numa fase inicial, podem ocorrer tonturas ou palpitações por alterações da condição cardíaca. Os depósitos de amilóide no músculo cardíaco podem também provocar, numa fase posterior, insuficiência cardíaca.

O envolvimento renal pode ocorrer em um terço dos doentes, sobretudo quando há história familiar de problemas renais. Pode ser uma manifestação precoce da doença em casos raros, mas habitualmente é uma manifestação tardia da doença, conduzindo à falência do rim e à necessidade de diálise.

As perturbações visuais, como visão turva, olho seco, glaucoma ou diminuição da acuidade visual, podem ocorrer em fases mais adiantadas da doença ou no início em associação com algumas mutações raras.
 

DIAGNÓSTICO

O caminho até um diagnóstico rigoroso é muitas vezes longo já que os sintomas podem ser confundidos com os de outras doenças mais comuns. Uma das razões para esse atraso reside no facto de os primeiros sintomas passarem com frequência despercebidos.

Por outro lado, devido à sua raridade, a paramiloidose não é muitas vezes considerada pelos médicos como um diagnóstico possível. Como resultado, os pacientes passam com frequência por múltiplas avaliações que podem levar a um tratamento inadequado.

Se há história familiar conhecida, o diagnóstico de paramiloidose é habitualmente feito por teste genético para deteção da mutação presente no membro da família afetado.

A confirmação da presença de substância amiloide num tecido através de uma biópsia é um exame complementar que permite identificar acumulação de amiloide responsável pelos sintomas da doença.

Com a descoberta do erro genético e bioquímico, o diagnóstico pode ser confirmado pela pesquisa da proteína mutante através da análise sanguínea.

Adicionalmente a avaliação cardiológica pode ser um exame importante no diagnóstico da paramiloidose, nomeadamente nas formas predominantemente cardiogénicas.

 

TRATAMENTOS

Os doentes com paramiloidose deverão ser seguidos por uma equipa multidisciplinar envolvendo um neurologista, um cardiologista, um nefrologista, um oftalmologista ou outros especialistas de acordo com o envolvimento de outros órgãos.

Se a doença já se tiver manifestado, é normal uma consulta a cada 4 a 6 meses para avaliar a doença.

Sendo o fígado a fonte primária de TTR mutada, o transplante hepático tornou-se uma terapêutica bem estabelecida para parar a progressão da doença e aumentar a qualidade de vida se realizado precocemente na evolução da doença.

Em Dezembro de 2010 tinham sido feitos 1917 transplantes, relacionados com a paramiloidose, em todo o mundo. Este procedimento pode retardar a evolução dos sintomas, embora não seja de esperar uma recuperação dos danos causados no organismo.

É por isso que o transplante é, em geral, considerado sobretudo para pessoas no início da doença, mais jovens, com sintomas menos avançados e com boa condição física geral.

Contudo, o transplante hepático apresenta limitações por ser um tratamento invasivo, com uma mortalidade perioperatória significativa e associada a diversos efeitos adversos resultantes da imunossupressão prolongada.

Até há uns anos, o transplante hepático era a única solução existente de combate à doença. Mas, em 2011, a Agência Europeia de Medicamentos aprovou a comercialização de um fármaco específico (Tafamidis) para o tratamento da paramiloidose em doentes adultos. Foi comprovado que esse medicamento permite estagnar o avanço da doença, aumentar a esperança e a qualidade de vida dos doentes.

Epilepsia: O que é, causas e tratamento

A epilepsia caracteriza-se pela existência de uma predisposição duradoura para a pessoa apresentar crises convulsivas recorrentes, súbitas e imprevisíveis (crises epiléticas). Não há um motivo evidente e reversível que as justifique.

A epilepsia é a disfunção do sistema nervoso mais comum. Afeta cerca de 65 milhões de pessoas em todo o mundo. Em Portugal, 40 a 70 mil pessoas sofrem desta doença crónica. Calcula-se que uma em cada 100 crianças sofra de epilepsia ou se torne epilético. A epilepsia representa uma das principais causas da doença crónica em idade pediátrica.

Sinais de crises

Os ataques epiléticos caracterizam-se pela apresentação de fenómenos súbitos e transitórios e podem resultar em diferentes e múltiplos sinais:

Causas

Genética

A epilepsia pode ter origem num defeito genético conhecido ou presumido. Por exemplo, mutações do gene SCN1A e o síndrome de Dravet. No entanto, há fatores do meio ambiente que podem contribuir para a expressão da doença.

Metabólica

Uma condição distinta estrutural ou metabólica pode motivar um substancial aumento do risco de desenvolver epilepsia. Lesões estruturais incluem distúrbios adquiridos como acidente vascular cerebral, trauma e infeção. Algumas das causas estruturais são de origem genética, por exemplo, esclerose tuberosa ou malformações do desenvolvimento cortical.

Desconhecida

Há ainda outras causas de natureza não conhecida. Pode haver um defeito genético fundamental ou ser a consequência de um distúrbio separado ainda não reconhecido.

Há fatores que podem desencadear uma crise epilética e devem ser evitados, tais como:

Tipos de crises

As crises não se manifestam todas de forma igual e a mesma pessoa pode apresentar crises distintas.

Crise epilética parcial

A descarga elétrica tem lugar numa zona reduzida da superfície cerebral. Por vezes, generaliza-se e atinge o resto do cérebro. Os sintomas diferem consoante a zona do cérebro onde ocorre a descarga. Na zona motora cerebral manifesta-se através de movimentos involuntários de um lado do corpo, sem perda de consciência. Na região da sensibilidade pode provocar uma alteração sensitiva focal transitória como, por exemplo, um formigueiro. Na zona visual pode provocar uma visão de luzes.

Crise epilética generalizada

A descarga elétrica afeta toda a superfície cerebral ao mesmo tempo.

Crise generalizada tónico-clónica

Está associada a perda de consciência. A pessoa cai imediatamente no chão. Manifesta-se também através de movimentos involuntários dos membros. Morder a língua, espumar pela boca e incontinência urinária são outras das manifestações deste tipo de crise.

Crise generalizada de ausência

A pessoa fica imóvel, desligada do meio envolvente, com o olhar fixo, durante 10 a 15 segundos. Este tipo de crise é comum em crianças e adolescentes. E tende a desaparecer com a idade. Podem provocar quebras no rendimento escolar por défices de atenção e de aprendizagem.

Crise mioclónica

Caracteriza-se por uma tremores súbitos de todo ou parte do corpo durante alguns segundos.

Crise generalizada atónica

Implica uma perda brusca do tónus muscular e da consciência, que dura apenas alguns segundos e da qual se recupera em poucos segundos também.

Diagnóstico

É uma doença habitualmente identificada a partir de um diagnóstico clínico, feito pelo médico a partir da descrição detalhada dos episódios. O diagnóstico é feito, por norma, com recurso a exames radiológicos (TC crânio ou RM cranioencefálica) e o eletroencefalograma (EEG).

Como atuar em caso de crises

Nas crises generalizadas em que a pessoa perde a consciência, cai ao chão e faz movimentos involuntários, as pessoas à volta devem:

Tratamento

Atualmente, o tratamento das crises é mais eficaz e tem menos efeitos secundários, melhorando substancialmente a qualidade de vida do doente.

Medicação

Os medicamentos antiepiléticos são utilizados para controlar as crises com o mínimo de efeitos secundários, o que acontece em 70 a 80% dos casos.

Cirurgia da epilepsia

É utilizada nos tipos de epilepsia que não respondem a medicação. Consiste na remoção da área cerebral que provoca as crises ou na interrupção do caminho do nervo ao longo do qual as descargas elétricas anormais se espalham.

Dieta cetogénica

Consiste numa dieta que tem como base a eliminação dos hidratos de carbono, manutenção de uma boa quantidade de proteínas e aumento do consumo de alimentos ricos em gorduras. Desta forma, criam-se corpos cetónicos no sangue e na urina, que servem para produzir cetose, que ajuda no tratamento das crises.

Estimulação do nervo vago

Utilização de um dispositivo estimulador implantado sob a pele do tórax. As crises são controladas através desta estimulação intermitente do nervo vago. Regula-se assim a atividade elétrica cerebral.

Com o devido acompanhamento médico, os doentes com epilepsia podem ter uma vida normal. O tratamento adequado permite reduzir e até mesmo evitar as crises.

O Serviço de Pneumologia do Hospital Fernando Fonseca vai realizar nos próximos dias 15 e 16 de de Junho,​ o 8º Curso de Entubação Traqueobrônquica com Fibroscopia. Será um curso teó​rico – prático de 10 horas destinado a médicos internos e especialistas de Pneumologia, Anestesiologia, Pediatria, Cuidados Intensivos ou outros.

 

O curso decorrerá no Centro de Formação do Hospital Fernando Fonseca e as inscrições estão abertas até dia 1 de junho com limite de 30 pessoas.

 

Consulte toda a informação adicional no cartaz e programa em anexo.