O aleitamento materno é considerado a alimentação ideal para os recém-nascidos, com a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a UNICEF a defenderem uma amamentação exclusiva até aos seis meses de vida do bebé e já complementada com outros alimentos até, pelo menos, aos dois anos.
Em Portugal, nas últimas duas décadas, praticamente duplicou a percentagem de mulheres que amamentam em exclusivo até aos três e quatro meses de vida dos filhos.
Maior imunidade do bebé
As imunoglobulinas (IgA e IgG) promovem uma transmissão da imunidade da mãe para o bebé, melhorando a sua capacidade de combater os agentes patogénicos causadores das doenças. As enzimas salivares lactoferrina e a lisozima atuam diretamente contra as bactérias, eliminando-as e alguns lípidos atuam como «detergentes» matando vírus, bactérias e alguns parasitas.
Maior proteção contra doenças agudas e crónicas
Os bebés alimentados com leite materno desenvolvem menos doenças agudas, como a gastroenterite, constipações, pneumonias, otites, alergias, bronquiolites, meningites e infeções urinárias, de acordo com estudos científicos desenvolvidos tanto em países desenvolvidos como não desenvolvidos.
Estudos comparativos entre crianças amamentadas e não amamentadas mostram que as primeiras têm menos doenças agudas de repetição e menos doenças crónicas, como obesidade, diabetes mellitus, doenças cardiovasculares, doenças imunoalérgicas e cancro.
Maior vínculo afetivo
Amamentar promove uma ligação emocional muito forte e precoce entre a mãe e o bebé, facilitando o seu desenvolvimento e relacionamento com outras pessoas.
Melhor funcionamento do tubo digestivo
Os macronutrientes presentes no leite materno, como o cortisol, a insulina, as hormonas tiroideias promovem o desenvolvimento do tubo digestivo do recém-nascido.
Recuperação pós-parto
A amamentação permite que o útero regresse mais depressa ao estado anterior ao da gravidez. A cada mamada há uma libertação da hormona oxitocina, que é a responsável por este processo.
Perda de peso
A energia gasta na produção de leite ajuda a mãe a perder peso mais rapidamente, sobretudo, se a amamentação se estender além dos três meses.
Melhor resposta ao stress
As hormonas oxitocina e prolactina, produzidas durante a amamentação, atuam no sistema nervoso central ajudando a mãe a lidar melhor com o stress.
Menor risco de cancro da mama e do ovário
A longo prazo, as mulheres que amamentam têm menor risco de desenvolver cancro da mama e do ovário.
Menor risco de doença cardiovascular e metabólica
Estudos comparativos sobre o risco de doença cardiovascular em mulheres que amamentaram e que não amamentaram mostram que quanto mais vezes a mulher tiver amamentado no passado menor o risco de vir a sofrer de doença cardiovascular. Também o risco de vir a ter diabetes mellitus tipo 2 diminui com a amamentação.
Efeito inibidor da fertilidade
Funciona como contraceção natural porque é prolongada a inibição da ovulação, existindo um índice de falhas de uma a duas gravidezes por cada cem mulheres.
Alimentação da mãe
A alimentação da mãe tem que ser saudável, dando especial atenção aos líquidos. Faça pelo menos seis refeições ao longo do dia, beba leite, água, coma frutas e fibras e não abuse dos doces. Tome, no máximo, 2 cafés por dia e evite as bebidas alcoólicas.
Na fase de amamentação as mulheres precisam de 20% a mais de calorias do que as necessárias em outra fase da vida, por isso as dietas rigorosas podem ser perigosas, porque implicam a perda de massa magra, ou seja, músculos e energia. Nesta fase, as mulheres devem consumir um total médio de 2400 calorias diárias
Como saber se o bebé está saciado?
Para saber se o bebé está a mamar o suficiente, tome atenção ao barulho que faz a engolir e se dorme bem após a mamada.
Um bebé bem alimentado produz cerca de seis fraldas molhadas todos os dias (a cor da urina deve ser amarela-alaranjada), e entre duas e cinco fezes amareladas por dia, até mais ou menos seis semanas de idade.
Amamentar, até quando?
Segundo a Organização Mundial de Saúde, a alimentação com leite materno deve ser feita até aos dois anos de idade, sendo um ano considerado como mínimo pela maioria dos especialistas.
O direito à amamentação após a licença de trabalho está previsto na legislação portuguesa. A mãe tem direito à dispensa diária em dois períodos diferentes, com a duração máxima de uma hora cada, em regime de trabalho a tempo inteiro.
Um direito que não tem uma duração definida mas, caso se prolongue além do primeiro ano de vida da criança, necessita de atestado médico para ser exercido. Este direito deve ser comunicado à entidade empregadora com uma antecedência de 10 dias.
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