Conheça os testemunhos de profissionais do HFF que já participaram no programa HOPE e candidate-se também até dia 17 de outubro

12 Outubro, 2023

Lurdes Toscano, Catarina Paulino, Adélia Gomes e Fernanda Bessa são profissionais do Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (HFF) mas têm algo mais em comum: todas participaram no programa de intercâmbio de profissionais de saúde HOPE. E partilham agora connosco como foi esta sua experiência, incentivando a que os/as profissionais do HFF se candidatem a esta oportunidade única e irrepetível.

Além disso, Sofia Oliveira, Coordenadora da Unidade de Recrutamento e Desenvolvimento de Recursos Humanos do HFF é a coordenadora local do Programa HOPE no HFF desde 2006. E em 2021 assumiu também, a convite da APDH, a função de Coordenadora Nacional deste programa.

Este é um estágio na ótica da gestão, cujo principal objetivo é a promoção de um melhor entendimento do funcionamento dos sistemas de saúde e dos hospitais dentro da União Europeia, facilitando a cooperação e a troca de informação e experiências sobre as melhores práticas na saúde.

Se é profissional do HFF, e tem interesse em candidatar-se a este programa, consulte mais informações que estão disponíveis na intranet.

 

TESTEMUNHOS:

Lurdes Toscano – Enfermeira-chefe do Serviço de Psiquiatria

“Participei no programa Hope em 2007. Fui colocada na Dinamarca. As três primeiras semanas foram passadas na Cidade de Odense – Hospital Universitário (OUH).

Este hospital é o maior e mais especializado hospital do sul da Dinamarca sendo o maior local de trabalho de Odense e Funen. Tem um orçamento de 835 milhões de euros, tem 11.000 funcionários, 1038 camas e detém todas as especialidades. Encontra-se a trabalhar em cooperação com Centre for Innovative Medical Technology (CIMT) e a University of Southern Denmark (SDU) para fins de investigação. Situado no sul do país foi construído perto de linha ferroviária por forma a dar acessibilidade aos utentes.

As outras duas semanas foram passadas no Hospital Universitário de Aalborg, Thisted. Thisted é uma pequena cidade piscatória e muito pitoresca no norte da Dinamarca com praia e com muitos espaços verdes. O hospital em Thisted faz parte do Hospital Universitário de Aalborg. Tem capacidade para 200 camas.

Encontrei-me inserida num grupo muito heterogéneo, com enfermeiros, gestores radiologistas anátomo-patologistas, farmacêutico, MGF, representantes de diversos países: Finlândia, França, Espanha, Polónia, República Checa e Hungria.

Para minha experiência profissional constatei a importância da assiduidade e pontualidade verificada por todos os grupos profissionais, a forma organizada como são realizadas as funções dentro das competências de cada um.

A importância da escuta ativa entre todos numa equipa e em como, desde o diretor de serviço à empregada da limpeza têm um espaço para exprimir opiniões e propor soluções.

Em como os doentes são incluídos nos seus tratamentos. E da importância de, para a qualidade dos cuidados que são prestados, o importante não é a proximidade, mas a acessibilidade dos doentes.

Quanto à experiência pessoal excedeu em muito as minhas espectativas. Foi uma permuta de saberes, olhar para outras realidades, por vezes piores que a nossa, mas que nos permite também um olhar diferente para a saúde num país diferente.

Foi uma experiência muito enriquecedora que me permitiu conhecer a realidade do âmbito da saúde noutros países”.

 

Catarina Paulino – Diretora do Serviço e Planeamento e Controlo de Gestão

“Participei no programa HOPE em maio de 2008 na Holanda. O HOPE foi uma oportunidade ímpar de conhecer um sistema de saúde semelhante ao português e perceber a forma e meios existentes para resolver problemas comuns. O programa permitiu-me integrar um estágio num grande hospital holandês, mas também visitar outras instituições no país. Por outro lado, permitiu também o intercâmbio entre outros países através das interações com os restantes participantes. O HOPE foi sem dúvida alguma uma das experiências mais enriquecedoras nas quais tive a oportunidade de participar”.

 

Adélia Gomes – Coordenadora do Serviço Social

“Tive a honra de participar no Programa de Intercâmbio HOPE, no ano de 2012, cujo tema considero ainda atual: Envelhecimento dos Profissionais de Saúde/ Utentes idosos: Desafios múltiplos para os Hospitais da Europa!

A minha experiência decorreu em Espanha, mais precisamente em Toledo (uma província na comunidade de Castilla La Mancha). A organização anfitriã era composta por dois hospitais em Toledo, hospitais que dependem dos serviços de saúde de Castilla La Mancha (SESCAM). Estive no Hospital Nacional de Paraplégicos e no Hospital Virgen de La Salud. Visitei também o Hospital Virgen del Valle (hospital geriátrico).

Foi-me proporcionada uma introdução ao sistema de saúde espanhol logo no início da minha estadia em Espanha.

Em Toledo conheci os Serviços Centrais de Saúde de Castilla La Mancha (SESCAM) onde foi apresentado ao impacto económico do envelhecimento nos serviços de saúde em Castilla La Mancha. O foco foi a atenção ao utente, os sistemas de informação, os modelos de qualidade e o sistema de segurança do paciente em saúde. Conheci o Instituto de Ciências e Saúde nas suas diferentes áreas de especialização: formação, investigação, laboratório e saúde pública. Ao mesmo tempo, em Talavera de La Reina, tive a oportunidade de conhecer a organização de atenção primária em Castilla La Mancha, bem como sua gestão da área sanitária. Mais tarde fui para o Hospital Nacional de Paraplégicos e para o Hospital da Virgem da Saúde. No Hospital Nacional de paraplégicos fiz um primeiro tour geral e depois, passei por diferentes serviços como: Serviço Social, Enfermaria e Reabilitação, Investigação/Prevenção de riscos laboratoriais e laborais, Direção Médica, e Gestão. No Hospital Virgen de La Salud, após a primeira visita geral, passei pela Gestão e Recursos Humanos, Serviço de Atenção ao Paciente, Radiologia e Farmácia, Qualidade, e também visitei o Hospital Virgen del Valle (Hospital Geriátrico).

No final do programa e durante dois dias, o grupo de participantes do HOPE preparou o trabalho final sobre o envelhecimento dos utentes.  Este trabalho final foi depois apresentado em Berlim, onde outros colegas do HOPE, que estiveram noutros países, também partilharam as suas experiências!

Conheci novas realidades e abordagens de trabalho, tive uma noção maior de como funciona o apoio domiciliário a partir de um hospital (experiência em curso no Hospital Virgen del Valle).

Considero que o programa tem valor cultural e social. Contactei com diferentes profissionais de saúde de áreas completamente diferentes (Farmácia, Enfermeiros, Recursos Humanos, Medicina, etc) e nacionalidades (Escócia, Grécia, Bulgária, Dinamarca, Alemanha) o que permitiu partilhar experiências e também conhecer outros costumes e hábitos.

Foi uma experiência muito rica e gratificante.

Recomendo vivamente a continuidade deste programa porque é na partilha que o conhecimento cresce. A partir de experiências como esta, novos projetos podem surgir nos nossos locais de trabalho, como no “nosso Hospital”!”.

Fernanda Bessa – Enfermeira-chefe do Serviço de Medicina 2/Infeciologia

“A minha experiência no HOPE foi em 2008 e o País que me acolheu a mim e a um grande grupo de profissionais de várias nacionalidades, foi a Finlândia.

Posso dizer, olhando agora à distância de muitos anos passados, pois já não pensava nesta experiência há muito tempo, que foi sem dúvida uma das etapas da minha vida profissional mais desafiantes e da qual me orgulho muito de ter participado.

Em 2008 o tema do programa foi “Improving continuity of care: the role of IT”.

Quando soube que o meu destino era a Finlândia, não escondo o receio que senti, pois apesar de dominar relativamente bem a língua oficial do HOPE, o Inglês, sabia que ia estar cerca de um mês num país e numa cidade que me eram totalmente desconhecidas em termos culturais e profissionais. Mas embarquei na aventura e estive um mês na cidade de Turku, no Hospital Universitário de Turku. Um hospital muito à frente do nosso tempo, mesmo para os dias de hoje. Foi um hospital totalmente construído com base nos percursos clínicos. Tive oportunidade de vivenciar esta experiência diariamente com outros dois participantes que vinham da Espanha e Alemanha.

Durante este período alem de ter tido várias oportunidades de visitar e experienciar várias áreas do sistema de saúde Finlandês, tínhamos também um desafio conjunto que tornou toda a experiência mais enriquecedora. No final do programa Hope é suposto os participantes de cada país apresentarem um trabalho conjunto sobre o país anfitrião e o tema do ano.

Foi fantástico e motivante para mim pessoalmente e como profissional de saúde trabalhar com profissionais de tantos países diferentes, como Espanha, Alemanha, Áustria, Inglaterra, Dinamarca, Holanda e Turquia. E pensar no desafio que representa trabalhar com profissionais de várias realidades, com diferentes perspetivas em termos culturais e profissionais, conseguindo, no final, chegar a um trabalho que reúne as experiências de cada um e o seu entendimento das mesmas e apresentá-lo a todos os participantes dos vários países da Europa que fazem parte deste programa. Em 2008 a apresentação final reuniu todos os participantes em Paris.

Hoje, ao pensar que já passaram 15 anos posso dizer que este desafio teve um impacto naquilo que sou hoje como pessoa e sem dúvida como profissional”.