Celebra-se hoje, quinta-feira, 10 de março, o Dia Mundial do Rim. No Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (HFF) há uma equipa inteiramente dedicada a esta área dos cuidados de saúde: a equipa do serviço de nefrologia.
Neste dia comemorativo, Lídia Jerónimo, enfermeira há quase 30 anos, enfermeira chefe do serviço, enaltece, que todos os dias, a ação destes profissionais do HFF junto de doentes que necessitam de hemodiálise ou diálise peritoneal, cumpre, a cada etapa, dois objetivos: a continuidade do tratamento e a prevenção da doença ou das complicações decorrentes da Doença Renal.
“Muitas vezes, a doença renal está associada a outras patologias. Acaba por ser uma degradação relacionada com estilos de vida não tão saudáveis. As doenças cardiovasculares, e a diabetes são importantes causas e, portanto, há todo um papel preventivo ao nível da comunidade que é importante fazer-se”.
O enfermeiro tem, aqui, uma ação determinante na gestão da doença renal, quer “por parte do doente, mas também da família, que lhe é próxima”.
“O enfermeiro não só tem uma intervenção muito específica no tratamento de hemodiálise, e de diálise peritoneal como também na questão do internamento, e em toda a gestão da doença nomeadamente na gestão do regime terapêutico, da alimentação. Tem ainda uma intervenção muito assertiva e dirigida à família como por exemplo na organização das refeições. É necessário explicar a estes doentes e a esta família algumas formas de confeção dos alimentos e algumas formas de minimizar nomeadamente o consumo de líquidos”, explica Lídia Jerónimo, há três anos à frente do serviço de nefrologia.
“Nós, enfermeiros, somos o veículo entre o doente e a família. O enfermeiro assume, um papel de relevo na educação e promoção da saúde destes doentes, acrescenta, por sua vez, Daniela Fernandes, 36 anos, enfermeira há 12 anos neste serviço.
“É muito frequente entre a população mais jovem esquecerem-se ou acharem que não podem beber água, mas podem por exemplo, beber uma coca-cola. É preciso desmistificar estas coisas”, exemplifica Lídia Jerónimo.
O dever de consciencializar e informar com vista a que cada doente cuide o melhor possível dos seus rins ajudando-o a prevenir o desenvolvimento ou a progressão da doença renal está presente diariamente, a cada minuto. “O doente nefrológico requer por exemplo cuidados diferenciados ao nível da alimentação. No fundo, ajudamos a desmistificar a doença”, frisa Daniela Fernandes.
Integrado numa zona do país onde vivem muitos imigrantes oriundos dos PALOP (Países de Língua Oficial Portuguesa), o Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (HFF) representa, uma esperança para muitos cidadãos com doença renal, e o acesso a cuidados de saúde diferenciados.
“Um terço dos doentes em programa de diálise em regime de ambulatório, são doentes que inicialmente não estão legalizados, vêm ao nosso hospital porque têm alguém próximo ou familiar a viver na zona de influência do hospital. Estes doentes, acabam por vir ao serviço de urgência por terem necessidade de tratamento, sendo que muitas vezes, ainda quando estão no seu país de origem, têm conhecimento desta necessidade, mas por dificuldades inerentes, acabam por socorrer desta estratégia pois sabem que aqui vão ser tratados”, relata Lídia Jerónimo.
Neste Dia Mundial do Rim, Lídia deixa uma mensagem de sensibilização.
“Aqui no serviço continuamos a educar para a importância da prática de atividade física, o controlo dos consumos excessivos, como o sal e o açúcar, o controlo da ingestão de água”.