São cerca de 500 os doentes diagnosticados com Esclerose Múltipla que estão a ser acompanhados no Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (HFF). No dia em se comemorou o Dia Nacional da Pessoa com Esclerose Múltipla, dia 4 de dezembro, o HFF dá visibilidade ao tratamento destes doentes, recorrendo aos mais avançados métodos de controlo da doença, que passa em muitos dos casos por tratamentos de segunda linha.
Mas afinal o que é a Esclerose Múltipla? Trata-se de uma doença crónica, inflamatória, constituindo uma das doenças neurológicas mais degenerativa do Sistema Nervoso Central.
Esta doença afeta cerca de 2.3 milhões de pessoas no mundo. Em Portugal, estima-se que existam mais de 8.000 doentes portadores de esclerose múltipla.
A doença tem tipicamente início entre os 20 e os 40 anos, sendo duas a três vezes mais comum nas mulheres. Constitui a segunda causa mais frequente de incapacidade no adulto jovem, sendo as suas manifestações clínicas diversas e consoante a localização cerebral onde se encontram as lesões.
As mesmas incluem alterações visuais, da sensibilidade, força muscular, espasticidade, dor, desequilíbrio, disfunção urinária, intestinal e sexual, distúrbio da marcha, declínio cognitivo e fadiga. Constituindo um permanente desafio para uma equipa de Neurologia do nosso hospital, a evolução da doença é muito variável e impossível de prever.
É possível considerar que a doença se manifesta de três formas diferentes: Esclerose Múltipla em Surto Remissão (a mais comum), Esclerose Múltipla Primária Progressiva (EMPP), em que os sintomas se agravam desde o início do diagnóstico, e Esclerose Múltipla Secundária Progressiva, uma fase da doença que surge numa fase mais avançada da idade, afetando normalmente pessoas com mais de 40 anos.
Embora não seja uma doença fatal é tendencialmente incapacitante, influenciando de modo significativo alguns aspetos da vida dos pacientes. No HFF existe uma equipa multidisciplinar que faz um acompanhamento do portador de Esclerose Múltipla desde o diagnóstico e durante todo o seu percurso.
O HFF utiliza as diversas terapêuticas disponíveis para controlo e tratamento da doença. Essas terapêuticas, com eficácia muito elevada, têm como objetivo o controlo da atividade da doença prevenindo os surtos, novas lesões e, sobretudo, a acumulação de incapacidade.