A demência é uma doença cerebral adquirida e progressiva que resulta da disfunção e da lenta e progressiva morte de células cerebrais, afetando cerca de 6% da população com mais de 65 anos em todo o mundo.
Na Europa, 7,3 milhões de pessoas sofrem de demência, sendo que, por ano, 1,4 milhões de europeus desenvolvem a doença. A cada 24 segundos é diagnosticado um novo caso. Já em Portugal, as estimativas apontam para a existência de 153 mil pessoas, 90 mil das quais com Alzheimer.
Os primeiros sintomas da patologia podem surgir em situações de saída da rotina, como férias, viagens, doença ou reforma.
Perda de memória, a dificuldade em planear ou resolver problemas ou executar tarefas familiares são sinais que nos devem deixar alerta. A desorientação no tempo, a dificuldade em perceber imagens visuais e relações espaciais e os problemas de linguagem são também sintomas de demência. Trocar o lugar das coisas, o afastamento do trabalho e da vida social e as alterações do humor, da personalidade e do comportamento são mais indícios de que algo não está bem.
É preciso perceber que a demência não faz parte do processo natural do envelhecimento e que, embora não haja cura, os cuidados adequados podem fazer toda a diferença.
Até porque a maioria das pessoas com a patologia está muito consciente e sente grande angústia com o agravamento da perda de capacidades.
Os sinais e sintomas de demência podem ser amplificados pelas reações das outras pessoas.
Por isso, há uma série de gestos que podem ajudar, e muito, este doentes como estabelecer rotinas, manter a normalidade, tentar preservar a independência, promover a segurança e a higiene. É importante chamar sempre a pessoa pelo nome, estabelecer com ela um contacto frente-a-frente ou simplesmente aguardar com paciência a resposta à sua pergunta.
Gestos que não curam, mas melhoram a qualidade de vida de quem padece de uma doença irreversível.