Mais de duas centenas de pessoas dirigiram-se, ontem, ao átrio do Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (HFF) para realizar o rastreio de anemia e/ou ferropenia (reservas baixas de ferro), com uma adesão muito expressiva dos profissionais da “casa”. Neste rastreio, são analisados os valores da hemoglobina e de ferritina, fundamentais para identificar e caraterizar a anemia.
Por ser uma doença “silenciosa” e muitas vezes esquecida, é importante aproveitar estas oportunidades para avaliar se está bem. Maria Cristina Costa, depois de ver o anúncio do rastreio nas redes sociais do HFF e já que tinha de ir esperar por uma amiga, não pensou duas vezes. Salienta a importância destas análises, uma vez que os sintomas associados estão muito vezes “mascarados”: “Tenho vários dos sintomas anunciados nestes cartazes, como cansaço e queda de cabelo, mas só desde que comecei a fazer os rastreios é que percebi que tenho valores de ferritina baixos. Estes rastreios são muito importantes porque por vezes as pessoas negligenciam-se a elas próprias e tentam justificar aquilo que sentem pelo stress do dia-a-dia.”
Diana Sousa Mendes, diretora do Serviço de Sangue e Medicina Transfusional (SSMT) do HFF, confessa que o número de profissionais que aderiu foi uma surpresa: “Tinha pensado muito nos/as visitantes, nos/as familiares e nos/as acompanhantes, mas não pensei que tantos/as profissionais aderissem. Isso é fantástico. Temos de tratar de nós, já que aqui estamos todos os dias a tratar dos outros. Muitas vezes, exatamente por trabalharmos no hospital, descuramos a nossa própria saúde, e fico feliz por oferecermos este rastreio.”
Para Carla Pinto, do Serviço de Gestão Financeira, e Isabel Soares, do Serviço de Planeamento e Controlo de Gestão, foi a “curiosidade sobre os valores do ferro e a importância de estarem cientes sobre a saúde, de modo a evitar problemas mais graves” que as levou a aderir ao rastreio.
Diana Sousa Mendes relembra, também, que em cada profissional há um/a potencial dador/a de sangue por isso é muito bom saber que há cada vez mais gente a querer saber se o pode ser ou não: “É importante lembrar que neste Hospital somos muitos/as colaboradores e a maioria tem todas as condições para doar sangue. Saber que os valores de hemoglobina e de ferritina estão bem pode incentivar a dádiva.”
Por outro lado, acrescenta: “Um dos grandes objetivos desta iniciativa é que todas as pessoas com hemoglobina e/ou ferritina baixas fiquem identificadas. O Serviço de Sangue enviará esta informação individualizada aos médicos/as de família e está disponível para orientar quem tem indicação”.
Esta é uma iniciativa que aproxima utentes e profissionais e que com certeza vai repetir-se. Se ainda não foi ontem, não perca hoje a oportunidade de descobrir como anda a sua saúde. Esperamos por si!