Litíase do aparelho urinário é a designação médica para um problema conhecido como cálculos renais ou pedras nos rins.
Os cálculos renais são, na realidade, cristais duros que são gerados a partir de resíduos químicos presentes na urina e que se juntam, ao longo do tempo, formando conglomerados de proporções progressivamente maiores. O tamanho pode variar entre um grão de areia e uma bola de golfe.
A litíase renal é uma doença muito comum. Estima-se uma incidência global de 2 a 3%. É a terceira doença mais frequente do aparelho genitourinário, sendo apenas ultrapassada pelas infeções urinárias e pelas doenças da próstata.
Os homens apresentam o dobro da tendência para desenvolvimento de cálculos em relação às mulheres. O primeiro episódio ocorre por volta dos 30 anos de idade. No caso das mulheres, existem dois picos de incidência, aos 35 e aos 55 anos.
As pedras podem ficar alojadas nos rins durante muitos anos sem apresentar qualquer sintomatologia. O problema é quando os cálculos se deslocam para a bexiga através das vias urinárias.
O primeiro sinal do problema, geralmente, é a dor. Esta passagem pode provocar cólicas renais, que provocam dor aguda e intensa nas costas, imediatamente abaixo do nível das costelas, e pode alastrar para a parte da frente do abdómen e, por vezes, atingir as virilhas. A dor da cólica renal gera uma grande agitação e não tem nenhuma posição de alívio.
Outro dos sinais é a presença de sangue na urina, que pode ser visível ou identificada através de análise.
Podem ainda ocorrer náuseas e vómitos. Há quem sinta arrepios, suores e febre, acompanhados de urina turva ou com um cheiro desagradável, sugerindo a existência de infeção.
A cólica renal associa-se ainda a uma urgência urinária e a um desconforto na região da bexiga, ambos causados pela passagem do cálculo do uretra para a bexiga. Estes sintomas são idênticos aos encontrados na infeção urinária.
Mais raramente, pode ocorrer febre, sobretudo se ocorrer obstrução com paragem de progressão do cálculo.
A infeção generalizada, embora rara, pode ocorrer, pelo que um adequado acompanhamento destes casos é essencial.
As principais causas são malformações congénitas ou adquiridas, má alimentação e a deficiente hidratação.
De acordo com urologistas, as pessoas tendem a beber pouca água de acordo com as suas necessidades e comem muita comida processada, em detrimento da dieta mediterrânica.
Se o tamanho do cálculo renal for muito diminuto, pode não haver necessidade de intervenção já que pode sair por si. Os cálculos inferiores a 5mm são eliminados espontaneamente em 90% dos casos.
A prevenção tem, no entanto, de ser reforçada para não aumentar o número de cálculos e as suas dimensões.
Caso se venha a provar necessária a intervenção cirúrgica, existem dois tipos de operação possíveis. A abordagem de tratamento tem em conta a composição e localização dos cálculos. A litotrícia extracorporal por ondas de choque (LEOC) é um método não invasivo dos cálculos do aparelho urinário. A ureterorrenoscopia é uma exploração endoscópica do ureter. O cálculo é fragmentado e depois retirado.
É necessário beber muitos líquidos, nomeadamente, bebidas à base de água (chá e sumos). Mas é também aconselhável a ingestão de sopas e frutas.
A quantidade de líquidos aconselhada pode ser medida através da cor da urina. O objetivo é atingir uma tonalidade clara o que implica, pelo menos, a ingestão recomendada de 1,5 a 2 litros por dia.
Mas a temperatura ambiente, a humidade relativa, o tipo de alimentação e a atividade física pode levar a uma necessidade maior de ingestão de mais líquidos.
Os alimentos que consumimos também têm um papel fundamental para a saúde dos rins durante o Verão. O número de pessoas que sofre com pedras nos rins é maior em países desenvolvidos, onde a alimentação é mais rica em proteínas e sal.
Pessoas de risco, por exemplo, com antecedentes pessoais ou familiares de cálculos, devem reduzir a ingestão de carne e peixe e alimentos ricos em oxalato, como espinafres, chocolate, chá preto, frutos secos e figos.
Deve ser evitado o consumo de sal e vitamina D. Por outro lado, a ingestão de lacticínios (com pouca gordura) pode ajudar a previne a formação de cálculos renais.
Há cada vez mais casos de mulheres que desenvolvem pedras nos rins, um problema tradicionalmente mais masculino. A explicação, defendem urologistas britânicos citados pelo site Medical News Today, está na adoção crescente de maus hábitos por um cada vez maior número de elementos do sexo feminino, como o tabagismo, que promove o depósito de toxinas nos rins, a par da ingestão excessiva de bebidas alcoólicas.
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