Susana tinha 33 anos quando lhe foi diagnosticado um Linfoma não Hodgkin (LNH) no mediastino, já em estado avançado. Hoje tem 42 e, no seu depoimento à Liga Portuguesa Contra o Cancro, fala sobre a experiência dos 8 anos de tratamentos por que passou e das limitações que a doença ainda hoje lhe impõe, principalmente devido à lesão no pulmão direito. Hoje sente que renasceu, que «tem uma vida nova», junto do filho Gonçalo de 9 anos.
Em Portugal, todos os anos cerca de 1700 pessoas recebem o diagnóstico: linfoma não Hodgkin (LNH), tipo de cancro no tecido linfático, que inclui nódulos linfáticos, a medula e outros órgãos do sistema imunitário. Apesar de grave, a taxa de sobrevivência, em cinco anos, varia entre os 65% (IV) e os 90% (estádio I)
O Linfoma Não Hodgkin é um tipo de cancro linfático caracterizado pelo aumento dos gânglios linfáticos e o tipo mais comum é o que atinge as células de defesa tipo B. Os sintomas podem incluir suores noturnos, febre, comichão e o tratamento é feito com quimioterapia, radioterapia e imunoterapia.
A escolha do tratamento depende do tamanho do tumor, localização e existência de metáteses. Nos países desenvolvidos, ainda por motivos desconhecidos, a incidência de LNH tem vindo a aumentar progressivamente ao longo dos últimos 50 anos, sobretudo em idosos e em pessoas infetadas pelo HIV (vírus da imunodeficiência humana).
Se o número de casos continuar a aumentar à taxa atual, prevê-se que em 2025 a sua incidência seja semelhante à do cancro da mama, do cólon, do pulmão e da pele.
A classificação do Linfoma Não Hodgkin, apesar de ter critérios bastante complexos, assenta em duas classificações, que possibilitam aos médicos decidir qual o tratamento a administrar aos doentes:
Os doentes raramente apresentam sintomas na fase inicial e mesmo após o diagnóstico, muitos doentes podem não necessitar de tratamento imediato.
Quando o tratamento é necessário, é quase sempre eficaz, levando à redução e/ou ao desaparecimento da doença. No entanto, é frequente a doença regressar (recidiva), o que requer novo tratamento.
Tende a apresentar mais sintomas do que o indolente, e requer tratamento imediato na maioria dos casos. Embora o termo “agressivo” possa assustar, estes linfomas tendem a responder bem ao tratamento.
Para se poder identificar o tipo de Linfoma Não Hodgkin é necessário proceder à colheita de uma amostra de tecido para posterior análise laboratorial. O doente é submetido a uma biopsia, para extrair cirurgicamente a totalidade, ou apenas uma parte, de um gânglio linfático.
Consoante a sua classificação – indolente e agressivo – existem muitos tipos diferentes de linfomas. O tipo de Linfoma Não Hodgkin é decidido por:
A maioria das pessoas com Linfoma Não Hodgkin apresenta células ou linfócitos B anómalas ou células de linfoma B. A presença de linfócitos T são bastante mais raros e surgem mais frequentemente em crianças e jovens.
Em alguns casos, os doentes não apresentam sintomas. No entanto, quando surgem, podem manifestar-se sob a forma de febre inexplicada, suores noturnos, comichão na pele, perda de peso não intencional, fadiga ou cansaço graves e persistentes e diminuição do apetite.
Existem vários fatores de risco associados ao Linfoma Não Hodgkin. Os mais importantes são:
O tratamento a administrar no Linfoma Não Hodgkin é escolhido caso a caso e depende de vários fatores, nomeadamente: a classificação do linfoma, o estádio da doença, a idade e o estado geral de saúde do doente.
As múltiplas formas de tratamento baseiam-se na quimioterapia, associadas ou não a radioterapia. Atualmente, são utilizados anticorpos monoclonais, cujo desenvolvimento é um dos maiores avanços no tratamento deste tipo de cancro nos últimos anos. Em geral, este tratamento é administrado em combinação com a quimioterapia, embora possa ser aplicado isoladamente.
Para alguns casos a cura do linfoma pode exigir um transplante de medula óssea.
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