Balanço de um ano de COVID-19

22 Março, 2021

HFF foi dos Hospitais mais pressionados pela pandemia de toda a região de Lisboa

 31.320 atendimentos no Serviço de Urgência – Área Dedicada a Doentes Respiratórios (dos quais um terço, ou 28%, foram transportados por ambulância)

 3.120 internamentos de doentes em Enfermarias dedicadas à COVID-19

 301 pacientes internados nas Unidades de Cuidados Intensivos

 5 milhões de euros investidos em infraestruturas e equipamentos hospitalares de combate à COVID-19

 

O Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (HFF) cumpriu no passado dia 19 de março um ano de combate à COVID-19, uma data simbólica que assinala o primeiro caso confirmado de infeção do Hospital e o início de uma batalha sem precedentes contra a pandemia nesta unidade hospitalar que serve seis por cento da população portuguesa, residente nos concelhos da Amadora e Sintra.

Com um total acumulado de 31.320 atendimentos no Serviço de Urgência – Área Dedicada a Doentes Respiratórios (dos quais quase um terço,  28%, foram transportados por ambulância), 3.120 internamentos de doentes em Enfermarias dedicadas à COVID-19, e 301 pacientes cuja evolução da infeção por SARS-CoV-2 obrigou à transferência para os Cuidados Intensivos (dados acumulados de 19 de março de 2020 a 15 de março de 2021), o HFF evidencia-se como um dos Hospitais mais pressionados pela evolução da pandemia COVID-19 em toda a região de Lisboa e Vale do Tejo. O balanço do último ano revela que as urgências respiratórias do HFF e os internamentos de pacientes COVID-19 em Enfermaria no HFF atingiram em alguns momentos, inequivocamente, máximos de toda a região.

Efetivamente, ao longo deste ano, os profissionais de saúde do HFF enfrentaram, sem tréguas, quatro vagas da pandemia COVID-19: março-abril 2020; maio-junho 2020; outubro-dezembro 2020; e janeiro-fevereiro 2021. Nos últimos 12 meses foram realizados no HFF 82 mil testes PCR por esfregaço nasofaríngeo para detetar SARS-CoV-2, cuja taxa de positividade foi de 8,6%.

A 26 de janeiro, com 385 doentes COVID-19 internados em enfermaria – uma taxa de esforço COVID-19 de 62% do total de camas disponíveis do hospital – registou-se o pico histórico de assistência do HFF à pandemia e, entre 14 e 16 de fevereiro, foi atingido o máximo histórico de 42 doentes COVID-19 internados nas unidades de cuidados intensivos COVID-19 do HFF.

Do lado oposto do ciclo da vida, o HFF realizou 144 partos de grávidas infetadas por COVID-19 no último ano, e nasceram três recém-nascidos positivos para COVID-19 no Hospital.

Reforço de recursos humanos

Ao longo dos últimos 12 meses, o número de profissionais de saúde ao serviço no HFF foi reforçado. Foram contratados um total de 118 novos profissionais – registando-se um saldo acumulado nos últimos 12 meses de mais 1 médico, 26 enfermeiros, 33 assistentes operacionais, 25 técnicos de diagnóstico e terapêutica e 15 administrativos

No balanço de um ano de pandemia no HFF há a registar um total de 468 profissionais de saúde infetados por COVID-19 (114 médicos, 185 enfermeiros, 151 assistentes operacionais e 18 técnicos de outras especialidades). O número acumulado sobe para 566, contabilizando profissionais com outras funções, de um total de 3200 trabalhadores.

Investimentos no combate à COVID-19

Nos últimos 12 meses o HFF reforçou o parque de equipamentos de diagnóstico e apoio à COVID-19, num investimento que ascende a 2,4 milhões de euros, e dos quais se destacam, entre outros, o aumento de 47 ventiladores, 48 ventiladores não-invasivos, 163 monitores multiparamétricos, 1 TAC de última geração, e 2 equipamentos de RX.

Ao nível do reforço das infraestruturas hospitalares para o combate à pandemia, o HFF investiu mais de 2,3 milhões de euros no último ano, para aumentar o seu nível de assistência à população. Em tempo recorde, o HFF construiu um novo serviço de urgência dedicado a doentes respiratórios e uma nova unidade de cuidados intensivos. Destaca-se ainda a criação da nova Unidade de Hospitalização Domiciliária e o reforço da rede e tanques de oxigénio medicinal.

O combate à COVID-19 também se traduz no HFF em grandes números de consumíveis utilizados pelos seus profissionais da linha da frente: foram usados, entre outros, 16,3 milhões de pares de luvas cirúrgicas, 2,28 milhões de máscaras de proteção de nível 2, um milhão de batas de proteção, e 174.550 EPI – equipamentos de proteção individual, num investimento total acumulado de cerca de 9 milhões de euros.

Assistência HFF aos Doentes Não-COVID-19

A assistência a doentes não-COVID foi igualmente uma prioridade para o HFF no último ano. Não obstante a pressão e o nível assistencial recorde do HFF no combate à pandemia, que obrigou a uma alocação de recursos humanos e instalações para o tratamento aos doentes infetados pelo SARS-CoV-2, em particular para os cuidados intensivos, foram realizadas 131.444 consultas médicas e 9.498 cirurgias.

Apesar da pressão da pandemia de COVID-19, foi possível manter três salas do bloco operatório do HFF abertas e em operação (atualmente estão cinco em funcionamento), garantindo, assim, as cirurgias oncológicas prioritárias e as cirurgias de trauma e urgentes.

Durante os últimos 12 meses de combate à pandemia, o HFF realizou ainda uma intervenção geral de remodelação do bloco operatório central, num investimento de 1,8 milhões de euros, e encontra-se, também, e no âmbito do programa POSEUR, a realizar a reabilitação da fachada e cobertura do Hospital, duas obras que ascendem a 2,9 milhões de euros.

Marco Ferreira, Presidente do Conselho de Administração do HFF, que tomou posse apenas oito dias antes da admissão do primeiro caso COVID-19 confirmado no Hospital, faz um balanço dos últimos 12 meses: “O ano em que o HFF comemorou 25 anos de existência é marco na história deste Hospital. Fomos um dos Hospitais da região de Lisboa mais fustigados pela COVID-19 nos últimos 12 meses e ainda assim conseguimos, devido a um trabalho de equipa exemplar, um conjunto de feitos notável num contexto de uma adversidade nunca antes vivido na história do SNS.”

O Presidente do Conselho de Administração do HFF deixa também uma nota de gratidão a todos os profissionais do Hospital: “Ao longo do último ano, os profissionais de saúde do HFF estiveram por quatro vezes no centro do furacão. Vivemos os momentos mais desafiantes e angustiantes das nossas vidas profissionais durante a última vaga da pandemia, com uma mobilização quase total de recursos humanos para o combate à pandemia, essencial para enfrentar o número recorde de utentes que acorreram aos nossos serviços de urgência e que, posteriormente, foram admitidos para internamento em enfermaria e cuidados intensivos. Apesar de não sermos o maior hospital da região fomos capazes de uma grande capacidade de superação e resiliência para dar a melhor resposta possível a cada um dos nossos doentes. Em momento nenhum desistir foi uma opção. Sei que, no final da pandemia, os profissionais do HFF poderão sem hesitações ter um sentimento de dever cumprido, e de tudo termos feito pelos nossos utentes. Essa será a nossa grande vitória.