Reportagem do Expresso no HFF: Mutilação Genital Feminina

28 Maio, 2021

O semanário Expresso esteve no Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (HFF) para conhecer o trabalho que a Instituição desenvolve, desde 2015, contra a Mutilação Genital Feminina (MGF). Apesar de muito desconhecida, a MGF é uma realidade em Portugal.

Esta prática configura uma violação dos direitos humanos condenada à escala mundial, mas continua a ser perpetuada até aos dias de hoje. É, também, um desafio acrescido para os profissionais de saúde do HFF que, desde setembro de 2015, referenciaram 177 mulheres vítimas de mutilação genital feminina – equivalente a mais de metade de todos os casos nacionais conhecidos.

 O Serviço de Ginecologia-Obstetrícia do HFF é onde ocorre a identificação da esmagadora maioria dos casos de mutilação genital feminina, aquando do momento da gravidez ou do trabalho de parto. Desde 2015, nasceram no HFF 95 meninas, cujas mães foram vítimas de mutilação genital feminina na infância.

O trabalho desenvolvido pelo HFF foca-se, sobretudo, na sensibilização destas mulheres para a salvaguarda destas meninas, suas filhas, contra a mutilação genital feminina, em estreita articulação com as unidades de saúde primárias dos concelhos da Amadora e de Sintra, as instituições de proteção de menores, e a comunidade, através de associações locais. No passado dia 24 de maio, o Grupo Responsável pela Identificação da Situação da Mutilação Genital Feminina do HFF organizou o Webinar contra a Mutilação Genital Feminina – “MGF: Uma Realidade”, que reuniu um conjunto de oradores ilustres para partilha de experiências, informação e conhecimento e sensibilização para o fenómeno, no qual participaram 169 profissionais de saúde, de norte a sul do país, demonstrando a relevância do tema na Saúde Pública.