A este Serviço chegam, enviadas por vários serviços, entre eles a Urgência do Hospital, diferentes amostras para poderem ser analisadas : urina, expetoração, secreções brônquicas, lavabo brônquio alveolar, líquido pleural, biópsias, líquido ascítico ou sangue.
A Patologia Clínica tem um contributo fundamental no diagnóstico da tuberculose (TB), em que se afirma a equipa de microbiologia clínica que inclui bióloga, técnicas superiores de diagnóstica e terapêutica, médicas e farmacêutica. Dentro da Microbiologia e para o diagnóstico de TB, o Serviço conta com Clara Portugal, bióloga que coordena o laboratório de Tuberculose, Elzara Aliyeva, médica de Patologia Clínica, responsável pelo Laboratório de Microbiologia e as técnicas de análises clínicas e saúde pública: Isaura Freire e Luísa Tancredo. No último ano, o Serviço apostou na dedicação a tempo inteiro de Isaura Freire cuja intervenção tem permitido otimizar o processo de diagnóstico, com vantagens para o diagnóstico e posterior tratamento, como: detetar mais cedo o crescimento exponencial da bactéria, tornar mais rápido o resultado da TB e reduzindo a média de dias de espera para resultados, o que também permite ao/à médico/a poder ajustar mais cedo, a terapêutica de cada doente.
A Anatomia Patológica no HFF atua no contexto de diagnóstico de Tuberculose em biópsias ou citologias enviadas pela Unidade de Técnicas de Pneumologia do mesmo hospital.
Voltando à Patologia Clínica e seu papel no diagnóstico, num primeiro patamar é realizado diagnóstico direto através de exame molecular. Muitas vezes, esse pedido vem do Serviço de Urgência ou de outras Especialidades do Serviço de Internamento, quando se verifica, após observação clínica, que um/a doente apresenta sintomas suspeitos de estar infetado/a. Nesse exame, na Patologia, as “lâminas” são executadas pelas técnicas e observadas pelas médicas e em média, três horas depois, há um resultado. Se o teste for positivo, o laboratório contacta o/a médico/a que está a acompanhar utente e comunica também com o Centro de Diagnóstico Pneumológico da Amadora. Num segundo patamar de diagnóstico, é realizado um teste de suscetibilidade anti bacilar, uma vez que segundo as profissionais do serviço: «Só a cultura desfaz dúvidas!» Se num primeiro patamar se pretende identificar o complexo mycobacterium tuberculosis complex, o grupo de bactérias capaz de causar tuberculose em seres humanos, num segundo patamar, é necessário saber mais e perceber se, nesse complexo, existem genes que possam ser responsáveis por resistências a alguns antibióticos. Razão pela qual neste patamar é realizado TSA (teste de suscetibilidade a antibióticos) ou antibiograma.
Em 2023, o Serviço identificou 116 novos casos. Em cada 4 dias ,há novo/a doente positivo/a. No mesmo ano, foram analisados 1650 doentes suspeitos que correspondem a cerca de 3 mil análises.